COPA SUL-AMERICANA

Análise: Fluminense resolve jogo no primeiro tempo e cumpre meta antes do Mundial

Análise: Fluminense resolve jogo no primeiro tempo e cumpre meta antes do Mundial

Equipe mostra boa intensidade nos primeiros 45 minutos, se garante nas oitavas da Sul-Americana em despedida do Maracanã antes de competição nos Estados Unidos

Rio de Janeiro - O Fluminense precisou de 45 minutos para resolver a vida, garantir a vitória por 2 a 0, com gols de Martinelli e Serna, sobre o Once Caldas e a vaga direta nas oitavas de final da Copa Sul-Americana, última das metas antes da Copa do Mundo de Clubes.

O jogo que marcou a despedida da torcida antes da viagem para os Estados Unidos contou com boa presença de público: 33.663 presentes acompanharam uma exibição que passou longe de ser exuberante, mas foi suficiente para uma vitória segura.

Precisando da vitória para garantir o primeiro lugar do Grupo F, Renato Gaúcho optou por colocar em campo o que tinha de melhor à disposição. O 11 inicial e o desempenho dão mostras do time que o treinador vem encontrando e das carências do elenco que precisam ser preenchidas.

Começando pelo que funcionou. O técnico parece, enfim, ter encontrado a melhor formação para o meio-campo. Consolidou a dupla de volantes com Hércules fazendo a função de primeiro e chegando ao ataque para infiltrar, e Martinelli como segundo, participando da construção ao lado de Ganso.

Serna vem aproveitando as oportunidades no ataque para mostrar serviço e se colocar à frente de Canobbio e Keno na disputa pela titularidade. O colombiano é claramente o mais equilibrado do trio. Produz mais no ataque que o uruguaio e recompõe melhor que o brasileiro.

Na lateral direita, Guga vem tendo sequência e mostrando qualidades diferentes de Samuel Xavier. Valioso para o elenco e para o treinador, podendo usar cada um de acordo com a situação e o adversário que for enfrentar.

O que não vem funcionando da forma que deveria é o comando de ataque. Everaldo é quem tem a responsabilidade de exercer a função na ausência de Cano, lesionado, mas tem dificuldade em manter boas atuações em sequência.

O camisa 9 vinha de bom desempenho contra o Vasco, mas voltou a hesitar na hora de finalizar e desperdiçou boas chances. Ainda que tenha sofrido um pênalti não marcado, ouviu a torcida reclamar e ameaçar vaiá-lo no momento da substituição.

Renato Gaúcho, no entanto, se incomodou mesmo foi com a postura do time no segundo tempo. O Fluminense começou a partida de forma avassaladora. Pressionando alto, recuperava a bola no campo de ataque e pressionava demais o Once Caldas.

Foi assim que Martinelli abriu o caminho para a vitória já aos dois minutos. Depois de uma recuperação rápida, Arias foi acionado na direita, cruzou, Zuleta cortou mal e a bola sobrou para o volante na meia-lua, que dominou e bateu cruzado de canhota.

O ímpeto não diminuiu com a vantagem. O Tricolor seguiu em cima e, oito minutos depois, Serna foi ao fundo, cruzou rasteiro para trás e a bola, que iria para Everaldo, bateu no braço de Cardona. O árbitro assinalou pênalti, mas anulou após ir ao VAR.

O Flu seguiu em cima, mas sem produzir grandes oportunidades até Serna ampliar. Recuperação de Martinelli, que cruzou, Arias raspou de cabeça e deixou o atacante cara a cara com Aguirre. Ele teve só o trabalho de encobrir o goleiro rival.

Queda de ritmo e jogo morno

Se o primeiro tempo foi de domínio, o segundo mostrou um Fluminense pouco intenso, parecendo até que queria apenas gastar o tempo até o fim da partida. A postura e as mudanças — três pelo lado do Once Caldas e uma do próprio time tricolor, com a saída de Martinelli para entrada de Nonato — ajudaram a virar a maré.

Aos poucos, o time colombiano passou a crescer, conviver mais no campo de ataque e ameaçar, ainda que de forma tímida, o gol defendido por Fábio. Renato criticou a queda de intensidade da equipe na segunda etapa.

— Sofremos um pouquinho no segundo, porque tiramos o pé do acelerador. Coisa que eu não gostei. Falei com os jogadores no vestiário, porque isso não pode acontecer. Porque um jogo desse é muito perigoso. Se a gente tomasse um gol, ia tomar um sufoco e tudo poderia acontecer.

As tentativas de mexer no time por parte do Fluminense não deram o resultado esperado. Ainda assim, mesmo com todos os problemas, o time fez o suficiente para administrar a vantagem e garantir a vitória sem sustos ao fim dos 90 minutos.

Resta uma última partida no Brasil antes da viagem para a disputa da Copa do Mundo de Clubes, no domingo, às 20h30, contra o Internacional no Beira-Rio. O campo já deu respostas para a comissão técnica. Mas ainda há o que fazer, tanto por parte dos treinos quanto da direção em busca de reforços para o elenco antes da ida aos Estados Unidos.

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