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Antônio Aquino Lopes: conheça ex-atleta que virou presidente da FFAC e profissionalizou futebol no Acre

Antônio Aquino Lopes: conheça ex-atleta que virou presidente da FFAC e profissionalizou futebol no Acre

Dirigente atuou na base do Vasco-AC na década de 60, mas construiu carreira como presidente da FFAC por mais de 40 anos e profissionalizou futebol acreano em 1989. Ele morreu nesta quarta

Rio Branco, AC - O presidente da Federação de Futebol do Acre (FFAC), Antônio Aquino Lopes, que morreu na madrugada desta quarta-feira (16), em Rio Branco, vítima de insuficiência respiratória, teve a vida dedicada ao futebol.

Advogado, o dirigente estava à frente da entidade há 41 anos e foi responsável pela profissionalização do futebol no Acre em 1989. Ele era um dos vice-presidentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) desde 2019.

Ednaldo Rodrigues Gomes e Antônio Aquino Lopes, presidente e vice da CBF - Foto/Thais Magalhães/CBF

A última aparição pública do dirigente ocorreu no último sábado (12), durante a cerimônia de inauguração dos vestiários do CT do Cupuaçu, em Rio Branco.

O ge elenca nesta reportagem a história e o trabalho exercido pelo dirigente ao longo de mais de quatro décadas.

História

Antônio Aquino Lopes foi criado na Seringal Bajé e Fazenda Sobral - atual bairro Sobral, em Rio Branco, chegou a morar no Riozinho do Rola e também fixou residência no bairro 15, no Segundo Distrito de Rio Branco.

Conhecido no meio esportivo como Toniquim, ele começou a se envolver no futebol na segunda metade da década de 1960. À época, ele entrou no time juvenil do Vasco-AC sob comando do treinador Almada Brito. Entre 1964 e 1967 morou no Rio de Janeiro e depois voltou para Rio Branco.

materia aquino 003Antônio Aquino Lopes (2º em pé - esq. p/ dir.) ao lado de outros atletas do Amapá em 1978 - Foto/Arquivo pessoal/Francisco Dandão

A baixa estatura aliada a precisão em cruzamentos chamava atenção de quem o via atuar dentro dentro de campo. Antônio Aquino Lopes, no entanto, não chegou a atuar no time principal. Ele precisava ajudar a família no comércio e não conseguia treinar. O passatempo era a pelada aos domingos, na várzea.

O futebol está no sangue. Quem gosta do futebol não vive sem ele.
— Antônio Aquino Lopes, em entrevista ao ge em 2014.

Ele atuou pelo São Raimundo, do bairro 15, e pelo Amapá, que era uma time de uma colônia que ficava situada onde atualmente fica a Terceira Ponte de Rio Branco. No Amapá, Antônio Aquino Lopes virou atleta e diretor, e foi responsável pela filiação da equipe à antiga Federação Acreana de Desportos (FAD) - que posteriormente se tornaria FFAC.

Diante da atuação como dirigente ainda enquanto atleta, os clubes locais passaram a convidá-lo. Antônio Aquino Lopes trabalhou nas diretorias do Atlético Acreano e Rio Branco FC.

Início na presidência da FFAC e profissionalização do futebol no Acre

No início da década de 1980, Antônio Aquino Lopes chegou à FAD como diretor do departamento técnico, após convite do então presidente Campos Pereira.

materia aquino 004Antônio Aquino Lopes conversa com João Moreira, ex-presidente do TJD da FFAC - Foto/Arquivo pessoal/Manoel Façanha

Foi questão de tempo para que ele ocupasse o cargo mais alto da entidade. Até que em 1984, Antônio Aquino Lopes foi eleito pelos clubes presidente da FAD. Em 1989, em uma das gestões dele, o futebol no Acre foi profissionalizado. Antes de virar FFAC, a entidade também foi chamada de Federação de Futebol do Estado do Acre (FFEAC)

Desde a primeira eleição, Antônio Aquino Lopes jamais deixou à presidência da entidade máxima do futebol acreano, sendo eleito de forma ininterrupta pela maioria dos dirigentes dos clubes locais.

Da saída do aluguel à sede e estádio próprio

A antiga FAD não tinha sede própria no início da gestão de Antônio Aquino Lopes. A entidade pagava aluguel. Foi então que o dirigente se reuniu com a diretoria e definiu que o trabalho em busca do próprio patrimônio seria prioridade.

Após alguns anos, a FFAC não conseguiu apenas uma sede, mas também um estádio, que leva o nome do próprio presidente e é apelidado de Florestão. Inicialmente, o estádio se chamaria Arena da Floresta, mas o nome foi cedido ao Governo do Estado. A FFAC é a única federação do país a possuir a própria praça esportiva.

materia aquino 005Estádio Florestão, em Rio Branco - Foto/Arquivo pessoal/Jhon Lennon

Em 2014, a FFAC tinha um patrimônio estimado em R$ 20 milhões. Após mais de 10 anos, o patrimônio aumentou consideravelmente por conta das melhorias da estrutura. O ex-vice-presidente da FFAC e atual CEO do Santa Cruz-AC, o empresário Adem Araújo, garantem que a entidade é uma das federações “mais ricas do país”.

Atualmente, a estrutura da FFAC conta com a sede administrativa anexada ao estádio Florestão, o estádio Florestinha, ao lado do Florestão, e em breve contará com o campo de grama sintética do Legado da Copa, que está orçado em mais de R$ 10 milhões e está previsto para ser inaugurado este ano.

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