Ao ouvir gritos de “não tem Copa” da torcida do Olimpia, em 2023, argentino garantiu a Mário: “Daqui a pouco vamos ter”. Flu encara Cerro Porteño nesta quinta

Assunção, Paraguai - Exatos 238 dias separam a última ida do Fluminense a Assunção e o duelo desta quinta-feira, contra o Cerro Porteño, pela terceira rodada da Conmebol Libertadores. Na sala de troféus do Tricolor, há também uma taça específica a mais - justamente a da competição continental, conquistada de forma inédita pelo Fluminense e “profetizada” por Cano em duelo contra o Olimpia em 2023.

Por orientação da polícia paraguaia, o Fluminense chegou ao Defensores del Chaco com antecedência maior que a de costume. Com o elenco livre antes do início do aquecimento, Cano - que afirmou não ter hábito de sair pro campo antes dos jogos - subiu ao gramado e sentou-se próximo ao presidente Mário Bittencourt. A torcida do Olimpia reagiu à presença da torcida do Fluminense com um canto específico.

“Não tem Copa, não tem Copa”, gritavam os paraguaios.

- Obviamente o lado presidente se afasta, o lado torcedor vem. Falei “p*rra, p*ta sacanagem o Fluminense não ter uma Libertadores” - disse Mário ao documentário “Todo Dia É Dia 4 de Novembro - O Fluminense Conquista A América”, do Globoplay.

Ao ver que o dirigente tricolor tinha lágrimas nos olhos, Cano “sentiu em seu coração” que deveria dizer a Mário que o Fluminense “em breve” teria uma Libertadores. Naquele momento, ainda faltavam 65 dias para a final contra o Boca Juniors.

- “Daqui a pouco vamos ter, daqui a pouco vamos ter” - disse o camisa 9, conforme relatado por Mário.

Autor de um dos gols da vitória por 2 a 0 na ida, no Maracanã, Cano balançou as redes novamente contra o Olimpia em Assunção. Com a “profecia” traçada, anotou dois gols depois de John Kennedy abrir o placar no Paraguai. Resultado final: Olimpia 1 x 3 Fluminense, e vaga garantida do Tricolor na semifinal.

Com ao menos um gol por jogo desde o início das quartas, Cano fez os dois gols do empate do Fluminense com o Internacional no Rio de Janeiro. Em Porto Alegre, viu John Kennedy igualar no Beira-Rio e sacramentou a virada em seis minutos, garantindo a ida do Tricolor à final depois de 15 anos.

No célebre 4 de novembro, foi de Cano o primeiro gol do Fluminense contra o Boca Juniors, ainda na primeira etapa. No segundo tempo regulamentar, Advíncula igualou para os argentinos e forçou o tempo extra. Aos oito minutos do primeiro tempo da prorrogação, John Kennedy marcou e garantiu o título da Libertadores.

Em 2024...

Nesta quinta-feira, Cano e o Fluminense entrarão em campo no Paraguai sem profecias a cumprir e com um título continental a defender. O técnico Fernando Diniz não poderá contar com John Kennedy e outros três nomes - Alexsander, Kauã Elias e Arthur -, afastados por organizarem festa na concentração antes de clássico contra o Vasco.

Cano será o único centroavante de ofício à disposição de Diniz contra o Cerro Porteño, sem reserva imediato devido às suspensões dos atacantes. Joia de 17 anos, Matheus Reis foi relacionado, mas atua como ponta e não tem as mesmas características do ídolo argentino.

Antes de treino do Fluminense no Paraguai, Cano destacou que uma inflamação no joelho tem dificultado seu rendimento dentro de campo. Em março, o camisa 14 sofreu uma entorse no joelho que o tirou de dois jogos, contra Flamengo (Carioca) e Alianza Lima (Libertadores). Ele marcou pela última vez na derrota por 2 a 1 para o Bahia, pela segunda rodada do Brasileirão.

Sete meses depois de romper ligamento do joelho, quando estava emprestado ao LA Galaxy, Calegari voltou a ser relacionado e está com o grupo do Fluminense no Paraguai. Renato Augusto também foi reintegrado após sofrer com dores na panturrilha esquerda, contra o Alianza Lima.

Com quatro pontos em dois jogos, o Fluminense enfrenta o Cerro Porteño nesta quinta-feira, às 19h, no Estádio La Nueva Olla. Atual campeão da Libertadores, o Tricolor lidera o Grupo A.